Coração, sem endereço,
segue um rumo itinerante.
Cada peito um recomeço
e um fim não tão distante!
Coração, de canto em canto,
ofertando seu encanto
vai ganhando estadia;
porém não sendo o bastante,
tal caixeiro viajante,
vai embora no outro dia!
Coração só não escapa.
De vitória assegurada,
sempre sobra e derrapa
ante a linha de chegada.
Segue sem rumo, sem jeito,
por querer morar no peito
que não lhe dá moradia
e de assopro em assopro
é uma bola de sopro
que, furado, se esvazia...
-Jessé Costa-
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