sábado, 9 de maio de 2015

A POESIA DE MANOEL CAVALCANTE
















Manoel Cavalcante de Souza Castro é do dia 03 de Abril de 1990, filho da professora aposentada Maria Estelita de Souza Castro e do moto-taxista Edmilson Alves de Souza, sendo o filho caçula deste casal dono de uma tríade de duas mulheres e ele, o único homem. É neto de Raimunda de Chico Brás (avós paternos) e de Toinha de Mineu (avós maternos).
Em 2007, lançou o seu primeiro livro “Um Caçuá de Cultura” que se encontra esgotado; atualmente possui 12 títulos de cordel lançados pela editora Casa do Cordel, em 2013, lançou seu segundo livro, “Pau dos Ferros à sombra da oiticica” contando em versos, a história de sua cidade natal, Pau dos Ferros. Esta obra, já foi e continua sendo pilar central de matérias, artigos, mestrados até por professores de universidades da França, Itália, Alemanha etc. Desde 2008 participa de concursos de poesia em todo Brasil e até no exterior conseguindo ótimas colocações, inclusive vários primeiros lugares. Já foi premiado em concursos literários em vários Estados da federação como: Paraíba, Ceará, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo, além do Rio Grande do Norte. Já se apresentou em canais de televisão como a TV Assembleia e em vários emissoras radiofônicas de cidades como Caicó - RN, Porto Alegre – RS, Natal – RN e Pau dos Ferros-RN. É poeta popular, sonetista e trovador. Em 2011, foi o mais jovem acadêmico a tomar posse numa agremiação literária no país, aos 19 anos.





É membro:
Da Academia de Trovadores do Rio Grande do Norte ocupando a cadeira 17;
Da UNICODERN (União dos Cordelistas do Rio Grande do Norte);
Do Clube dos Trovadores do Seridó ocupando a cadeira 36;
Da AEPP (Associação Estadual dos Poetas Populares);

Da União Brasileira dos Trovadores – Secção Natal-RN;



Duas musas

Entre decotes e blusas
Jogados no camarim,
Tenho agora duas musas
Que dizem gostar de mim...
Uma qual linda safira
Diz que há muito me admira,
Desde os meus tempos de atleta,
Já a outra, culta e meiga
Se derrete qual manteiga
Com meus vultos de poeta...

Uma lê versos de Augusto
Quando vem falar comigo
E a outra me mostra o busto
Como forma de castigo.
Uma me seduz à cama
Sem beber da minha fama
Nem por brilho no meu olho,
Mas a outra é muito linda
E eu não decidi ainda
Qual das duas eu escolho.

Uma tem beleza interna
Muito embora seja pouca,
Porém quando cruza a perna
Me deixa de água na boca...
A outra é politizada
Resolvida e embelezada
Pelos próprios ideais
E neste clima bem tenso,
Gente pensa que eu não penso,
Mas eu não me importo mais...

Duas mulheres singelas
Que não me deixam sozinho,
Duas pecadoras belas,
Pedaços de mau caminho.
Duas ventanias brabas
Sempre a sacudir as abas
Deste meu peito em açoite,
Duas pétalas de lírio,
Duas doses de martírio
Enchendo a taça noite...
   

Uma parece com uma
Dose letal de veneno
E a outra é como uma bruma
Numa manhã de sereno...
Eu que fui feito palhaço
Só de perverso não faço
Com que a coisa fique séria,
Sano as vontades que sinto
Como um animal faminto
Alimentando a matéria.

As duas pensam, coitadas,
Que eu por elas tenho gosto,
Mas estão muito enganadas,
Porque a mim já foi imposto,
Que nem mesmo Carla Perez,
A mais bela das mulheres,
Merece meu sentimento,
Pois achar mulher sincera
É como triste quimera,
Qual folha seca no vento...

Eu nem sei se as duas buscam
Uma alma verdadeira
Ou se sem saber ofuscam
O meu sonho na terceira,
A terceira é flecha certa,
É como uma chaga aberta
Num mendigo pelas ruas,
E eu vou como um homem ruim
Enganando mais a mim
Por enganar todas duas...

Porém como essa terceira
Não sabe nem que eu existo
Eu vou sofrendo à maneira
De Deus na Paixão de Cristo,
Vou procurar uma quarta
Mesmo com minh’alma farta
De um amor que me recusa,
Tentando driblar a sorte
Antes que a própria morte
Seja a minha quinta musa.


-MANOEL CAVALCANTE-

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